E antes de darmos início a mais uma Semana do Conto de História não podemos deixar de mencionar aqui no nosso blog como foi a Oficina Criando Histórias com Origami. Primeiramente, queremos agradecer a grande procura de mediadores de leitura e da própria comunidade, que rapidamente preencheu, e até ultrapassou as 15 vagas que havíamos previsto.
Nesse momento não poderíamos deixar de agradecer também a Eva Duarte que com maestria e muita paciência contribuiu passando para nós um pouco do que aprendeu dessa bela arte.
Foram três encontros apenas, mas que aguçou a curiosidade de todos para desvendar esse novo mundo que vinha do papel.
Foram muitas as formas, muitos os animais que foram apresentados durante a oficina, assim também como um pouco da história do papel e das dobraduras. Conheça também:
Um Pouco da História das Dobraduras
Alguns
estudiosos do Origami afirmam que o habito de dobrar papeis é tão antigo quanto
a existência da primeira folha obtida na China pela maceração de cascas de
árvore e restos de tecido.
Quando
a técnica de fazer papel foi introduzida no Japão, entre os séculos VI e X ,
por monges budistas chineses, o papel era um produto de luxo, utilizado somente
pela nobreza em ocasiões especiais. Os primeiros origamis representavam
divindades religiosas, não tinham caráter figurativo e ornamentavam templos
xintoístas. Só então, a partir da fabricação do seu próprio papel, as demais
classes sociais começaram a aprimorar esta arte secular do origami, que além de
ser uma pratica transmitida de pais para filhos, também passou a ser matéria
curricular em escolas chinesas desde o ano de 1876.
A
arte de dobraduras foi aprimorada e divulgada em todo o mundo pelo Japão, com o
nome de origami, cuja etimologia significa: ori – dobrar e Kami – papel. Quando
pronunciadas juntas, o k passava a ser substituído pelo g.
Agora
que você sabe um pouco da história, vamos continuar aprendendo as técnicas de
dobrar, dando continuidade a essa antiga tradição que alimenta a nossa
imaginação e nos desafia a criar novas histórias.
Queremos agradecer também às Bibliotecas da Releitura - Bibliotecas em Rede, que estiveram presentes e da qual também fazemos parte. |
Borboleta, baleia, cavalo, peixe, sapo, estrela e flor foram alguns dos origamis que foram produzidos nas oficinas.
Mas o que marcou foi o pássaro que veio banhado de história. Carminha, coordenadora pedagógica da BCCT contou a história de Sadako Sasaki para os demais que estavam participando da oficina.
História de Sadako Sasaki
Antes é necessário o leitor saber que o Tsuru é uma ave, espécie da família dos grous (cegonhas), nativa do Japão.
Ninguém sabe desde quando existia uma lenda no Japão segundo a qual, aquele que fizesse mil tsurus de origami teria um pedido atendido pelos deuses.
Mas essa lenda ficou mundialmente conhecida com a triste história de uma garotinha chamada Sadako Sasaki.
Sadako nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade quando os americanos lançaram a bomba atômica sobre a cidade. Ela vivia distante do epicentro da bomba e juntamente com a mãe e o irmão, saiu ilesa do ataque. Mas consta que durante a fuga, eles foram encharcados pela chuva negra (radioativa) que caiu sobre Hiroshima ao longo daquele dia fatídico.
Os dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela caísse no chão, sem sentidos. Socorrida e levada a um hospital, depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e o diagnóstico foi de leucemia, doença que já estava matando outras crianças expostas à bomba. Na época a leucemia era até chamada de "doença da bomba atômica".
Em agosto de 1995, sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto foi visitá-la no hospital. Chizuko fez uma dobradura de tsuru e presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
Sadako decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a doença avançava rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada, prosseguia dobrando lentamente os pássaros, sem mostrar-se zangada e sem entregar-se.
Em dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e mais do que desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz para toda a humanidade, para que nenhuma criança mais sofresse pelas guerras.
Ela disse sobre os tsurus: "Eu escreverei PAZ em suas asas e você voará o mundo inteiro".
Por fim, na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako montou seu último tsuru e faleceu, amparada por sua família. Ela não conseguira completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que faltavam para que fossem enterrados com ela.
E além da história de Sadako pudemos nos envolver com as borboletas de Vinicius de Moraes e outros belos textos que Eva Duarte levou para a oficina.Enfim, lindos origamis e belos textos foram a mistura que envolveram a oficina Criando Histórias com Origami, onde tivemos o apoio do Funcultura e que foi uma necessidade da equipe em busca de formação e que foi aprovada por todos.Já estamos colocando em prática as técnicas da oficina com as crianças, aqui na biblioteca e esperamos que esses momentos tenham sido de muita valia para todos que participaram. E ficamos no aguardo da próxima oficina que em breve divulgaremos aqui no nosso blog.
Cavalinho criado por Gabriel, que faz parte da equipe BCCT. |
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